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As cidades podem impulsionar o combate às mudanças climáticas

As cidades podem impulsionar o combate às mudanças climáticas

Secas intensas, escassez de água, incêndios severos, aumento do nível do mar, inundações, derretimento do gelo polar, fortes ondas de calor, tempestades catastróficas. Os efeitos das mudanças climáticas ameaçam a economia, nossa saúde e nossos sonhos de futuro. 

As mudanças climáticas não impactam, apenas, o meio ambiente – o que já seria grave o suficiente. Elas alteram o rumo das histórias das pessoas e, por vezes, deixa cicatrizes. Nada nem ninguém escapa, seja no hemisfério sul ou norte, nas grandes cidades ou nos campos, em toda a parte do globo. 

Os impactos das mudanças climáticas incluem tanto perdas econômicas e materiais quanto não econômicas. Se por um lado podem afetar, por exemplo, a produtividade agrícola e pesca, por outro podem ocasionar a perda de biodiversidade, afetar locais culturalmente relevantes e ameaçar a nossa saúde. 

No Brasil, já sentimos esses impactos em partes da floresta Amazônica, que se comportou como uma nítida fonte de CO2 para a atmosfera, ou seja, mais emitiu do que absorveu esse gás, segundo estudo coordenado por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Isso significa que a combinação entre esses extremos climáticos, o desmatamento e as queimadas comprometem ainda mais o papel da floresta na absorção de carbono e ameaça o regime de chuvas na América do Sul. 

E os impactos sobre o território brasileiro não se restringem à Amazônia. A queda no regime de chuvas em algumas regiões acarreta estresse hídrico e sobrecarga no sistema de geração de energia, já o excesso de chuvas traz impactos para a infraestrutura urbana e para a vida das pessoas, como as recentes catástrofes de Petrópolis (RJ) e as fortes chuvas na Bahia. 

No entanto, esses impactos das mudanças climáticas são sentidos de diferentes formas de acordo com as condições sociais e as regiões atingidas e podem ser potencializados por desigualdade, pobreza, moradias precárias ou construídas em locais de risco e alta densidade populacional. Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), mais de 40% da população mundial é "altamente vulnerável" ao estado do clima. 

Em seu mais recente relatório, o IPCC deixou uma mensagem clara sobre a necessidade e urgência de uma ação conjunta entre todos os setores da sociedade para enfretamento às mudanças climáticas, que podem gerar uma série de outras vantagens como beneficiar a biodiversidade e os ecossistemas, garantir a subsistência e aumentar a segurança alimentar e hídrica. 

Se medidas urgentes não forem tomadas, a humanidade não conseguirá restringir o aquecimento a 1,5°C, o limiar que nos afasta de um futuro com mais incêndios, estiagens, tempestades e muito mais. Para que haja alguma esperança, o uso de carvão deve ser reduzido em 95% em todo o mundo e o consumo de petróleo e gás deve ser reduzido em 60% e 45%, respectivamente, até 2050. Aos níveis atuais de crescimento, entretanto, as emissões de gases de efeito estufa provavelmente resultarão no dobro de aquecimento: aproximadamente 3,2°C até 2100. 

Entre as principais preocupações do novo relatório do IPCC, estão as cidades. Hoje, os grandes centros urbanos abrigam mais de 55% da população mundial. Para António Guterres – Secretário Geral das Nações Unidas – as cidades e centros urbanos estão “na linha da frente” da crise climática, emitindo mais de 70% dos gases de efeito estufa globais, bem como enfrentando riscos que vão desde a elevação do nível do mar até tempestades mortais. 

No entanto, pouco tem sido feito efetivamente para que os grandes centros urbanos alcancem as metas a meta do Acordo de Paris de limitar o aumento das temperaturas médias globais a 1,5°C. 

Mas afinal, que contribuições as grandes cidades podem dar para o enfrentamento da crise climática? 

As cidades do mundo são grandes impulsionadoras das emissões que aquecem o planeta, mas podem desempenhar um grande papel no combate às mudanças climáticas no futuro próximo, por meio de estratégias e políticas mais eficazes. Da mobilidade urbana ao tratamento de resíduos, da produção de energia nas residências à redução do consumo, são muitas as iniciativas que poderiam ser adotadas localmente. 

Segundo o IPCC, as cidades podem se aproximar da emissão líquida zero por meio de mudanças no consumo energético e material, eletrificação do transporte e pelo sequestro de carbono no meio ambiente urbano. Sem medidas de mitigação, as cidades passarão de 29 bilhões a 40 bilhões de toneladas de CO2 e metano em 2050. Com medidas ambiciosas e imediatas, esse total cai para 3 bilhões de toneladas. 

Para cumprir o Acordo de Paris, o relatório destaca três critérios em cidades emergentes: reduzir ou mudar a produção de energia e o consumo de materiais, implementar eletrificação (reduzindo uso de combustíveis fósseis) e aumentar a absorção e armazenamento de carbono no ambiente urbano. Um exemplo de mudança seriam municípios com metas de 100% de energia renovável, transporte com zero carbono, iniciativas de descarbonização no setor de construção e melhoria na destinação de resíduos. 

Será que veremos um mundo melhor já em 2030? Afinal, se nada for feito a própria população pagará essa conta, especialmente, os mais pobres. 

 

Referências: 

BBC BRASIL. Mudança climática: 'é agora ou nunca' para evitar catástrofe, diz novo relatório. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-60990088 

((O))ECO. 21 recados fundamentais do novo relatório do IPCC. Disponível em: https://oeco.org.br/noticias/21-recados-fundamentais-do-novo-relatorio-do-ipcc/ 

ONU MEIO AMBIENTE. Cidades estão na "linha de frente" contra mudança climática, defende Guterres. Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/125222-cidades-estao-na-linha-de-frente-contra-mudanca-climatica-defende-guterres 

ONU MEIO AMBIENTE. Sexto Relatório de Avaliação do IPCC: Mudança Climática 2022. Disponível em: https://www.unep.org/pt-br/resources/relatorios/sexto-relatorio-de-avaliacao-do-ipcc-mudanca-climatica-2022 

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