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Carbono Azul: como os oceanos podem ajudar a mitigar as mudanças climáticas

Carbono Azul: como os oceanos podem ajudar a mitigar as mudanças climáticas

Você sabia que os ecossistemas marinhocosteiros (manguezais, ervas marinhas e pântanos salgados) são considerados peça essencial da solução para as mudanças climáticas globais e um planeta mais equilibrado? 

Os manguezais, as ervas marinhas e os pântanos salgados são ecossistemas marinhocosteiros altamente produtivos e formam habitats biologicamente ricos. Embora ocupem menos de 2% da área total do oceano, estes ecossistemas estão amplamente distribuídos em todos os continentes, exceto na Antártida, cobrindo aproximadamente 49 milhões de hectares. Eles desempenham um papel importante no fornecimento de bens e serviços ecossistêmicos altamente valiosos para o bem-estar humano. Isso inclui a melhoria da qualidade da água, pois filtram a água que flui para nossos oceanos e sistemas de recifes; aumento da biodiversidade marinha e terrestre; sustentam comunidades costeiras e meios de subsistência; e protegem as linhas costeiras da erosão e tempestades. 

 

Manguezais 

Os manguezais possuem raízes robustas e emaranhadas que são visíveis acima do solo, que os mantêm estáveis ​​quando submersos na água. São plantas adaptadas de forma única para sobreviver em condições inóspitas, como em solos pobres em oxigênio e capazes de filtrar a maior parte do sal à medida que entra em suas raízes. Eles são encontrados em 123 países, com uma área estimada de 15,2 milhões de hectares. 

 

Ervas Marinhas  

São plantas produtoras de flor que formam prados densos em áreas rasas e protegidas ao longo da costa. Está presente em 159 países e cobrem mais de 30 milhões de hectares. Cobrem apenas 0,2% do fundo do oceano, mas fornecem um valioso habitat de berçário para um quinto das maiores pescarias do mundo e armazenam até 10% da capacidade do oceano de armazenar carbono. Elas podem capturar carbono da atmosfera até 35 vezes mais rápido do que as florestas tropicais.  

 

Pântanos Salgados 

Mais comuns em climas temperados e latitudes mais altas, os pântanos salgados, também conhecidos como pântanos de maré, são zonas úmidas costeiras que são regularmente inundadas com água salgada do mar trazida pelas marés. Ocupam apenas 0,1% da área global, mas compensam pelo menos 0,6% das nossas emissões de CO2. 

 

Mas o que estes ecossistemas marinho-costeiros têm de tão especial para conseguir mitigar as mudanças climáticas? 

 

Por conta de seus baixos níveis de oxigênio do solo, eles são capazes, quando protegidos ou restaurados, de sequestrar e armazenar significativas quantidades de carbono da atmosfera. O termo "carbono azul" surge a partir daí, para designar todo o carbono capturado e armazenado no solo desses ecossistemas costeiros. Esses ecossistemas são referidos como as "florestas azuis" em contraste com as "florestas verdes", uma vez que nos oceanos passam 83% do ciclo do carbono global. 

O último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, com foco nos oceanos e na criosfera (regiões da superfície terrestre cobertas permanentemente por gelo e neve e os solos congelados) aponta que manguezais, pântanos salgados e prados de ervas marinhas podem armazenar até 1.000 toneladas de carbono por hectare, um valor muito mais alto do que a maioria dos ecossistemas terrestres. 

Segundo dados da Iniciativa para o Carbono Azul, 'The Blue Carbon Initiative' em inglês, os manguezais atualmente cobrem menos de 2% da área total do oceano, mas respondem por quase 50% do carbono total sequestrado nessa região. Os manguezais armazenam de três a quatro vezes mais carbono do que a florestas tropicais. 

Quando degradados ou destruídos, suas capacidades são prejudicadas ou mesmo perdidas e o carbono armazenado durante séculos na atmosfera e nos oceanos é emitido e se tornam fontes de gases de efeito estufa. Especialistas estimam que até 1,02 bilhão de toneladas de dióxido de carbono estão sendo liberados anualmente de ecossistemas costeiros degradados, o que equivale a 19% das emissões do desmatamento tropical em todo o mundo. 

Apesar de sua grande importância, esses ecossistemas enfrentam as maiores taxas de perda globalmente. Mais de um quarto da cobertura original de mangue já foi devastada e as perdas avançam a uma taxa de 2% ao ano. Estima-se que apenas essa taxa pode elevar as emissões de carbono em até 10% das emissões globais. Já as ervas marinhas já perderam quase 30% de sua cobertura original e a degradação avança a uma taxa de 1,5% ao ano. Por sua vez os pântanos salgados, perderam 50% de sua cobertura original e tem perdas anuais de 1 a 2%. 

As causas mais comuns da degradação desses ecossistemas costeiros vão desde a exploração de manguezais, a poluição e as pressões da agricultura e da aquicultura e, o desenvolvimento urbano e industrial costeiro. Segundo a organização Sustainable Travel International, a cada minuto, até três campos de futebol de ecossistemas de carbono azul estão sendo perdidos. 

A restauração desses habitats pode fazer parte dos planos nacionais de mudança climática. É o que salienta o editorial publicado em agosto de 2021 da revista “Science” que destaca que a restauração dos ecossistemas marinhocosteiros poderiam remover cerca de 0,5% das emissões globais atuais, com benefícios também para ecossistemas locais e meios de subsistência, como a pesca. 

Uma das muitas iniciativas que estão surgindo para assegurar a restauração desses ecossistemas é a Iniciativa do Carbono Azul ('The Blue Carbon Initiative', em inglês) que reúne governos, instituições de pesquisa, organizações não governamentais e comunidades de todo o mundo para trabalhar na mitigação das mudanças climáticas por meio da restauração e do uso sustentável dos ecossistemas costeiros e marinhos. A iniciativa é coordenada pela Comissão Oceanográfica Intergovernamental da UNESCO, a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e a Conservação Internacional. 

 

E o que nós, como sociedade, podemos fazer? 

 

Uma boa maneira de mitigar as mudanças climáticas é proteger e restaurar esses habitats marinhocosteiros. Além de pressionar as esferas governamentais para implementação de políticas públicas de proteção, e as indústrias e empresas por mudanças produtivas, precisamos rever nossos hábitos de consumo, adotando um consumo mais responsável. 

 

Afinal, o que você faz importa, e esse pouco faz a diferença para defender os oceanos. 

 

 Referências:  

EXAME: Os créditos de carbono azul. Disponível em: https://exame.com/colunistas/impacto-social/os-creditos-de-carbono-azul

ONU MEIO AMBIENTE. Proteger e restaurar ecossistemas de carbono azul. Disponível em: https://www.unep.org/pt-br/explore-topics/oceans-seas/what-we-do/proteger-e-restaurar-ecossistemas-de-carbono-azul

ROUTE BRASIL. Créditos de Carbono Azul podem amenizar o aquecimento global. Disponível em: https://routebrasil.org/2022/04/27/creditos-de-carbono-azul-podem-amenizar-o-aquecimento-global

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