Pular para o conteúdo

Carrinho R$ 0,00
Carrinho
Seu carrinho de compras está vazio!
Voltar à loja

Venda no Marketplace da Green

Ecofeminismo: Mulheres, Corpos, Natureza e a Luta pela Equidade Socioambiental

Ecofeminismo: Mulheres, Corpos, Natureza e a Luta pela Equidade Socioambiental

Uma vertente feminista, com motivos e objetivos bem definidos: este é o ecofeminismo, que luta pelo direto das mulheres e a igualdade de gênero em prol do meio ambiente. O movimento surgiu a partir da constatação de que as mulheres são mais vulneráveis no contexto de desastres naturais, tanto por fatores socioeconômicos, quanto culturais.

 Um relatório recente da ONU (Organização das Nações Unidas) apontou que 80% das pessoas que são afetadas pelas mudanças climáticas são mulheres por se encontrarem em maior quantidade em situação de pobreza. Porém, relatórios apresentados em antigas conferências climáticas já apontavam que as mulheres eram as primeiras vítimas do aquecimento global.

 Apesar de serem as mais afetadas por desastres naturais, as mulheres são as que menos contribuem para o aquecimento global, uma vez que a condição de vida limita o acesso a produtos e serviços que contaminam os ecossistemas. Recentemente, durante a COP26, a ativista climática Brianna Fruean destacou que a mudança climática amplifica a desigualdade de gênero e pontuou a necessidade da participação feminina. Assim, o ecofeminismo é um movimento que busca a colaboração entre o ser humano e a natureza, contribuindo para a sua preservação.

 

O Ecofeminismo e sua criação

O ecofeminismo nasceu da percepção de indivíduo e do poder feminino através do feminismo. Grandes nomes como Simone de Beauvoir e Angela Davis contribuíram para a luta feminista em prol da modernização da sociedade. Assim, o ecofeminismo compreende que as mulheres, a natureza e os animais estão interconectados por meio das formas de dominação, opressão e exploração que sofreram e sofrem. O patriarcado e o capitalismo ainda amplificam as desigualdades devido à estrutura tradicional da sociedade. Desta forma, a crise ambiental é alimentada pelo reforço aos preconceitos amplamente disseminados.

O movimento nasceu na década de 1970, com a francesa François d’Eaubonne, que criou o termo para explicar a relação entre a luta feminista e um mundo mais sustentável. Naquela época d’Eaubonne defendia o direito ao controle de natalidade, pautado pela superlotação humana que ameaçara o meio ambiente. 

 Inspiradas por François d’Eaubonne, diversas mulheres passaram a questionar os papéis da sociedade e discutir temas ambientais e de gênero que fomentariam diversos movimentos.

 A partir de então, diversos movimentos foram criados por pessoas que defendiam as mulheres e o meio ambiente na busca de soluções igualitárias e sustentáveis. Assim, as ecofeministas propõem uma nova perspectiva que alinha a vivência em sociedade e a preservação da natureza de forma cooperativa. Para tanto, são propostas alternativas sustentáveis para a migração de sistemas poluentes para aqueles renováveis. Como exemplo, o manuseio da agricultura sem poluentes, a conservação e manutenção de habitats naturais e ecossistemas e a utilização de energia limpa e renovável. 

  Em países em desenvolvimento, as mulheres são as primeiras a gerir o capital ambiental do local em que está, mas também são as primeiras a sentirem os efeitos das mudanças climáticas ao precisarem sair de suas casas e percorrer longas distâncias à procura de lar e alimento para seus familiares. Portanto, a desigualdade de gênero e a exclusão social das mulheres continuam a afetar negativamente a gestão ambiental mundial, ocasionando ainda mais a má distribuição de terras, água e recursos básicos para sobrevivência.

 

Ecofeminismo no Brasil

Os primeiros estudos do tema começaram com a filósofa e teóloga feminista Ivone Gebara, referência no estudo crítico da teologia dogmática, defendendo a transformação da percepção de diferentes realidades, principalmente marginais. Assim, a teóloga defendia os direitos das mulheres a partir de críticas à Igreja e à exaltação da saúde sexual e reprodutiva. A partir da década de 1990, o seu trabalho embasou diversas lutas pelas questões de identidade de gênero e o empoderamento feminino, bem como o debate quanto ao lixo urbano nas periferias de grandes cidades. 

Durante as décadas, os movimentos feministas com foco na defesa do meio ambiente cresceram, principalmente no ambiente rural, com a luta traçada na defesa da agroecologia.

A agricultura extrativista adotada no país também foi um fator impulsionador do ecofeminismo no que diz respeito ao desmatamento para criação de pastos e gado, expansão das monoculturas e os impactos das técnicas de transformação genética vegetal e animal. Exemplo disso são os movimentos das mulheres de Altamira contra a privatização e barragem do Rio Xingu em Belo Monte que impacta no fornecimento de água e acesso aos principais produtos originários da região.

Sale

Unavailable

Sold Out