Moda e Consumo: Quais os impactos no planeta e como podemos mudar isso?
Qual a relação que a moda tem com nosso dia a dia e com o que vem acontecendo com nosso planeta? Em um primeiro momento pode parecer um tema distante da nossa realidade, mas as escolhas que fazemos sobre o que vestimos e calçamos tem um grande impacto no planeta.
Para vestir as mais de 7 bilhões de pessoas que vivem ao redor do mundo é necessária a produção de roupas com tecidos sintéticos, como o poliéster e a viscose, porque a natureza não teria capacidade de ofertar fibras naturais na velocidade de produção e consumo atuais.
Essa velocidade de produção, consumo e, consequentemente, descarte é característica de um modelo de negócios da indústria da moda conhecido como fast fashion. Para se ter ideia, 150 bilhões de novos itens de vestuário são produzidos anualmente, segundo estimativas do Fórum Econômico Mundial; e destes novos itens, o equivalente a um caminhão de roupas é enviado a aterros sanitários ou à incineração a cada segundo, conforme informado pelo relatório A New Textiles Economy da Fundação Ellen MacArthur.
Mas o que seria esse modelo? O fast fashion – moda rápida, em tradução livre – corresponde a produção em massa de várias coleções durante o ano, estimulando o consumismo de itens de vestuário. Inicialmente, as coleções eram baseadas nas estações do ano – primavera, verão, outono e inverno – onde haviam quatro grandes lançamentos. No entanto, com o passar do tempo, mais especificamente a partir da década de 1970, o número de coleções foi aumentando gradativamente, de forma que a pressão socioambiental se tornou preocupante e perigosa.
O desabamento do edifício Rana Plaza em Bangladesh no ano de 2013 – que tirou a vida de mais de 1.000 funcionários terceirizados de grandes empresas e deixou 2.500 feridos – foi um dos maiores desastres da indústria da moda, denunciando a perversidade do modelo fast fashion.
Entre os impactos socioambientais provocados por esse modelo, podemos destacar: má remuneração; trabalho infantil; terceirização ilícita; trabalho em condições análogas à escravidão; exposição a produtos danosos à saúde (como pesticidas, corantes a base de produtos químicos e catalisadores); contaminação do solo, de lençóis freáticos e de cursos d’água por esses mesmos produtos; emissão de gases de efeito estufa; e alta pegada hídrica.
A partir desse desastre, foi iniciado um movimento em prol de maior transparência na indústria da moda, com a pergunta “quem fez minhas roupas?” o movimento Fashion Revolution nos convida a refletir sobre a forma como consumimos.
“Nós queremos que você pergunte: ‘Quem Fez Minhas Roupas?’. Essa ação irá incentivar as pessoas a imaginarem o ‘fio condutor’ do vestuário, passando pelo costureiro até chegar no agricultor que cultivou o algodão que dá origem aos tecidos.
Esperamos que o Fashion Revolution inicie um processo de descoberta, aumentando a conscientização sobre o fato de que a compra é apenas o último passo de uma longa jornada que envolve centenas de pessoas, realçando a força de trabalho invisível por trás das roupas que vestimos”.
Orsola de Castro
(designer, ativista e cocriadora do movimento Fashion Revolution)
A marca da qual você costuma comprar divulga informações sobre a produção e a forma como essas roupas chegam até as lojas? Há informações sobre os fornecedores e as empresas terceirizadas contratadas pela marca? A empresa desenvolve algum projeto socioambiental? Há realmente a preocupação dessa marca em transformar a cadeia de produtos e a cadeia de valor de modo a tornar o negócio socialmente mais justo e ambientalmente menos impactante e mais sustentável ou a marca usa o greenwashing como forma de se promover?
Diante da intensificação da crise climática é de extrema importância que a indústria da moda siga por um caminho mais sustentável. E como seria a indústria da moda sustentável? A moda sustentável está relacionada a 3 requisitos básicos: ser ecologicamente correta, socialmente justa e economicamente viável.
Em outras palavras, estaria relacionada com itens de vestuário (roupas, calçados e acessórios) produzidos e comercializados com menor impacto socioambiental, desde o designer, as matérias-primas utilizadas, o modo de produção, a forma de transporte, a comercialização até o pós-venda (logística reversa).
Nós da Green Match nos preocupamos e valorizamos empresas que estejam comprometidas com a moda sustentável e tragam isso como propósito em seus modelos de negócio. Prezamos pelo cuidado do planeta e das pessoas e, por isso, temos em nossos parceiros verdadeiros exemplos de marcas genuinamente voltadas para a sustentabilidade. Acreditamos e trabalhamos por um mundo socialmente justo e ambientalmente mais preservado.
Junte-se a nós nesse movimento por um mundo melhor!
“Um sonho que se sonha só
É só um sonho que se sonha só
As sonha que se sonha junto é realidade”
Raul Seixas
Referências:
ABREU, Nathália. Fashion Revolution: Faça parte dessa revolução ética, ecológica e empoderadora no mundo da moda! Autossustentável. Disponível em: https://autossustentavel.com/2017/04/fashion-revolution.html.
Fashion Revolution. Por baixo dos panos da moda sustentável. Disponível em: https://www.fashionrevolution.org/brazil-blog/por-baixo-dos-panos-da-moda-sustentavel/.
Fórum Econômico Mundial – World Economic Forum. Our love of cheap clothing has a hidden cost – it’s time for a fashion Revolution. Disponível em: https://www.weforum.org/agenda/2016/04/our-love-of-cheap-clothing-has-a-hidden-cost-it-s-time-the-fashion-industry-changed/.
Fundação Ellen MacArthur. Relatório “A New Textiles Economy”. Disponível em: https://ellenmacarthurfoundation.org/a-new-textiles-economy.
Positiv.a. O que é moda sustentável: um guia prático para começar! Disponível em: https://blog.positiva.eco.br/moda-sustentavel/